Luedji Luna revela um amor sem filtros em sua nova fase
A aclamada cantora e compositora brasileira mergulha na vulnerabilidade e na autoaceitação, explorando as nuances complexas do desejo humano.
A artista brasileira Luedji Luna emerge das profundezas com Antes Que A Terra Acabe (Before the Earth Ends), seu quinto álbum de estúdio. Esta nova obra serve como um instigante contraponto ao recém-lançado “Um Mar Pra Cada Um” (A Sea for Each One), escancarando, com coragem, as estranhezas, sombras e contradições inerentes à busca pelo amor já explorada no disco anterior.
Neste quinto trabalho, Luedji Luna convida o ouvinte a enxergar o amor com lupa, escavando as camadas mais assustadoras e menos nobres do desejo humano. “Se o primeiro álbum retrata a minha busca por amar e ser amada, o segundo mostra até onde posso ir para saciar esse anseio”, explica Luna. “Em Antes Que A Terra Acabe, eu me apresento terrena, humana, comum. Nas nossas experiências amorosas, também encaramos nossas estranhezas, contradições e imperfeições. É um disco muito revelador, ainda mais do que o anterior.”
Apesar do tema denso, a viagem de Luna desliza por territórios vibrantes, alegres e hedonistas, abraçando sedução e prazer como experiências universais. Cada faixa convida a acolher os desejos mais sinceros e primitivos, passeando com leveza por ritmos que vão do lo-fi à bossa nova, passando por afrobeat e amapiano, enquanto flerta sutilmente com o neo-soul e o jazz que marcaram seu trabalho anterior.
“Optei por trazer sintetizadores; por isso foi um verdadeiro encontro, em que cada produtor mergulhou no trabalho do outro para que as produções não soassem distantes.” Essa abordagem minuciosa garante uma viagem sonora coesa e imersiva que ultrapassa barreiras linguísticas. “Gosto de criar vibes, de criar universos com cada álbum”, diz ela, ressaltando que a música busca transportar o ouvinte para outra dimensão, entenda ele ou não as letras em português.
Este projeto de dois álbuns, prova de sua coragem e auto-investigação, marca um momento de profundo amadurecimento artístico para Luna. “Sinto que estou no ponto mais maduro da minha carreira, não só musicalmente, mas também por perceber que existe uma coerência estética”, reflete.
“Tem sido muito poderoso perceber que as pessoas se reconhecem na minha humanidade.”
Um dos grandes nomes da música brasileira contemporânea — e com um público expressivo nos Estados Unidos — Luna quer aproximar culturas por meio do som, apostando em parcerias com artistas internacionais como Robert Glasper e na exploração de gêneros que ressoam mundo afora. Confiante no próprio trabalho, mais do que em tendências de mercado, ela afirma: “Só preciso confiar na minha música, e ela está me levando para esse universo.”
















