Um papo com Oleksandr Usyk, tricampeão mundial incontestável de boxe
Alguns dias depois da luta, conversamos com o pugilista sobre sua mentalidade, a importância da família, autoexpressão e sua parceria com a Stone Island.
Um papo com Oleksandr Usyk, tricampeão mundial incontestável de boxe
Alguns dias depois da luta, conversamos com o pugilista sobre sua mentalidade, a importância da família, autoexpressão e sua parceria com a Stone Island.
No último fim de semana, em Londres, Oleksandr Usyk nocauteou o ídolo local, Daniel Dubois, e consolidou de vez seu legado como um dos maiores pesos-pesados de todos os tempos. Em apenas cinco assaltos, o ucraniano de 38 anos, ainda invicto, deu uma aula de movimentação e QI de ringue, lidando com facilidade com um adversário 11 anos mais jovem e 7,5 kg mais pesado. A vitória em Wembley – estádio nacional da Inglaterra e o maior do Reino Unido – foi categórica e, com a ajuda do “Ivan” (apelido bem-humorado que ele deu ao gancho de esquerda fatal que apagou Dubois), “The Cat”, da Crimeia, tornou-se tricampeão mundial indiscutível e, possivelmente, o maior lutador de sua geração.
Mas, antes de todo o drama do quinto round, foi a entrada de Usyk que roubou a cena dos fashionistas – graças aos uniformes Stone Island cinza-prateado, feitos sob medida para ele e seu corner. Não surpreende vê-lo ostentar o patch da marca – ele e a grife têm história, e a Stone Island descreve o boxeador como “membro de longa data da comunidade Stone Island” –, mas a capa era digna da ocasião e foi criada especialmente para a noite.
“Para mim, o adversário mais difícil sou sempre eu mesmo – aquela parte que tenta me convencer a não trabalhar, que me diz para descansar sobre os louros. Enfrento-o todos os dias.”
Com um olhar de aço que contrastava com o sorriso confiante – e, como vimos, prematuro – do rival, Usyk caminhou até o ringue usando a capa exclusiva, escoltado pela equipe em jaquetas coordenadas. De longe, o parka longo parecia simples, mas o cinza metálico escondia segredos. Feita com o “Nylon Metal” da Stone Island, a peça exibia a iridescência típica do tecido e um print pixelado tom sobre tom inspirado no camuflado digital clássico. E os detalhes não paravam por aí: dentro da estampa, a Stone Island inseriu um “alfabeto pixel” criado especialmente com os nomes dos familiares e amigos mais próximos de Usyk, permitindo que o campeão entrasse no ringue literalmente com seus entes queridos sobre os ombros.
Daniel Dubois, por sua vez, chegou à arena menos de duas horas antes da própria entrada, embalado por um mix de músicas que incluía o hit de 1986 do Cameo, “Candy” – um hino, mas talvez não o “banger” que ele imaginava para a noite. Há relatos de que ele ainda fez uma festa em casa poucas horas antes da luta. Já dava para prever o desfecho, certo?
A Hypebeast estava à beira do ringue para assistir à história sendo escrita, quando Oleksandr Usyk recuperou o cinturão da IBF e se tornou o primeiro tricampeão incontestável da “era dos quatro cinturões” – o único pugilista a alcançar o feito em duas categorias de peso.
Alguns dias depois da luta, conversamos com Usyk sobre sua mentalidade antes do combate, a importância da família, a autoexpressão e a inspiração por trás do parka da Stone Island que ele desenhou junto com a marca.
Confira a entrevista completa a seguir…
Você já faz parte da família Stone Island há algum tempo – o que torna essa parceria tão natural?
Provavelmente você já me viu em várias fotos de eventos vestindo Stone Island. Trabalhar com uma marca que eu realmente uso sempre soou muito natural para mim.
Você pode falar sobre o design da capa, o que inspirou suas ideias e quão fielmente a Stone Island as materializou no produto final?
Eu participo pessoalmente da criação dos meus looks – tanto para a fight week quanto para a noite da luta. Sei bem que cada roupa carrega uma mensagem. Junto com minha equipe, sentamos para definir o que queremos dizer ao mundo desta vez e quais símbolos vamos usar para expressar isso. Na maioria das vezes, o recado envolve minha fé, meus valores e meu país [Ucrânia]. Foi exatamente assim agora. A Stone Island e eu trabalhamos por muito tempo, colocando muita reflexão e esforço no desenho e na confecção da peça. No fim, ficou do jeito que eu queria.
Os nomes da sua família e dos seus amigos aparecem na capa em um “alfabeto pixel” criado especialmente – o que isso significa para você?
A família é um dos pilares da minha vida – fonte constante de apoio e inspiração. Durante os camps, passo longos períodos longe da minha esposa e dos meus filhos, então quis que eles estivessem comigo simbolicamente quando eu entrasse no ringue. Isso elevou meu espírito de luta de forma incrível. O padrão pixelado é uma homenagem e um gesto de respeito aos defensores da minha terra natal, a quem dediquei esta vitória. São eles que protegem quem amo. O apoio deles vale ouro para mim, e sei que minha vitória também significou muito para eles. Quando entrei no ringue, quis lembrar exatamente por que – e por quem – eu luto.
“Eu participo pessoalmente da criação dos meus looks. Sei bem que cada roupa é uma mensagem.”
Os resultados normalmente te favorecem, mas como você se levanta e segue em frente quando isso não acontece?
Para quem vê de fora, pode parecer fácil. Mas só eu, minha família e minha equipe sabemos quanta dedicação é necessária para chegar a esses resultados. Nem tudo dá certo de primeira – e, se não der, você tenta de novo. Deus me deu esse caminho, e eu o sigo, por mais duro que seja. Obstáculos e desafios também fazem parte da jornada, parte do plano d’Ele. Ele os coloca para me tornar mais forte.
Fora do ringue, você é conhecido por seu estilo e personalidade únicos – quão importante é a autoexpressão para você como lutador?
Sou, na verdade, um cara muito alegre! Amo a vida profundamente e adoro mostrar essa alegria por meio da música, da dança, de roupas marcantes e – claro – do boxe. Quando a gente valoriza de verdade cada dia que Deus nos dá, isso nos motiva a viver ao máximo, a trabalhar mais e a seguir em direção aos nossos objetivos.
Quem foi o adversário que bateu mais forte em você?
Derek Chisora. Mas, para mim, o adversário mais duro sou sempre eu mesmo – aquela parte que tenta me convencer a não trabalhar, que me diz para descansar sobre os louros. Luto contra ela todos os dias.
Qual o melhor conselho que você já recebeu e nunca esqueceu?
Os conselhos mais importantes da minha vida vieram do meu falecido pai. Um deles foi: “Nunca se preocupe com o que os outros dizem sobre você. Apenas faça o seu trabalho e faça-o o melhor que puder. Suas ações falarão por você.” A Bíblia diz o mesmo: “Pelos frutos os conhecereis.”
O que vem agora para Oleksandr Usyk – será que vamos te ver na passarela de uma apresentação da Stone Island em breve?!
Neste momento, só quero descansar e curtir minha família, que quase não vi nos últimos três meses. O que vem depois? Só Deus sabe. Quanto à passarela, nunca diga nunca – tudo é possível na vida.

















