Hermès decola: vendas crescem 9% no 2º trimestre
Com aumentos de preços certeiros, a maison blindou os lucros contra a tarifa polêmica de Trump sobre produtos da UE.
Resumo
- A Hermès registrou alta de 9% nas vendas no segundo trimestre, mantendo o desempenho robusto em meio à retração do luxo ao compensar a tarifa dos EUA com aumentos de preços.
A grife de luxo Hermès informou que, no segundo trimestre, suas vendas cresceram 9% em relação ao ano anterior, reforçando seu desempenho sólido apesar da desaceleração do segmento. A fabricante da icônica Birkin diz que a recente política de reajustes foi bem recebida pela clientela, permitindo repassar as controversas tarifas dos EUA ao público de alta renda.
De acordo com Business of Fashion, as vendas do segundo trimestre somaram €3,9 bilhões (US$ 4,5 bilhões), praticamente em linha com a projeção dos analistas de alta de 10%. O relatório foi divulgado poucos dias depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, fechar um acordo comercial com a União Europeia, reduzindo a tarifa proposta sobre produtos europeus de 30% para 15%.
Enquanto outros conglomerados, como o grupo LVMH (dono da Louis Vuitton) e a Kering (controladora da Gucci), ainda sofrem com a demanda arrefecida por produtos de luxo, a Hermès tem exaltado seu desempenho em 2024. Após reportar queda nas vendas do primeiro trimestre de 2025, a maison anunciou que vai elevar os preços de todos os produtos vendidos nos EUA para compensar as perdas decorrentes das novas tarifas.
“Vamos compensar integralmente o impacto dessas novas taxas elevando nossos preços de venda nos Estados Unidos a partir de 1º de maio, em todas as nossas linhas de negócio”, disse o diretor financeiro Eric du Halgouet à BoF em abril.
A empresa aplicou um aumento global de 7% e adicionou mais 5% nos Estados Unidos, onde a demanda por luxo segue mais firme do que em outros mercados, inclusive na China. Com algumas bolsas que começam em US$ 10 mil, o reajuste está longe de ser simbólico; ainda assim, a estratégia de distribuição ultrasseletiva da marca preserva seu magnetismo, representando o ápice do luxo europeu.
Em abril, a Hermès também apresentou um plano para ampliar gradualmente sua capacidade produtiva, que prevê a abertura de uma fábrica em Loupes no próximo ano, outra em Charleville-Mézières em 2027, e um ateliê em Colombelles, dedicado às bolsas Kelly e Constance, em 2028. Os clientes já devem perceber o aumento da produção ainda este ano, com a inauguração da planta de Isle d’Espagnac, no centro da França.
As ações da Hermès acumularam alta de 2% desde o início do ano, superando concorrentes como a Richemont, dona da Cartier. O cenário em rápida evolução levou a Hermès a ultrapassar a LVMH e se tornar a empresa de luxo mais valiosa do mundo, atingindo valor de mercado de US$ 276,3 bilhões em abril.
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