"Virgin": Lorde abraça seu enigma interior
Um disco sobre renascimento — e todos os destroços que vêm no pacote.
Resumo
- Lorde revelou oficialmente Virgin
- Em seu quarto álbum de estúdio, o disco traz produção de Jim-E Stack nas 11 faixas — incluindo os singles “What Was That?”, “Hammer” e “Man Of The Year”
É possível dizer muito sobre um álbum da Lorde pela sua arte de capa. Quando Ella Marija Lani Yelich-O’Connor decide nos presentear com um novo álbum — o que costuma acontecer a cada quatro anos — ela faz questão de que o universo visual de cada trabalho abra caminho para a cápsula do tempo da narrativa que está prestes a contar. Seu disco de estreia — que capturava seus anos de adolescência, turbulentos e, ao mesmo tempo, românticos, Pure Heroine, trazia um visual minimalista; a jovem musicista ainda buscava seu lugar no mundo — quanto mais na arte. Quatro anos depois veio Melodrama, que estampa uma pintura em tons de azul da própria cantora e, na sequência, dá lugar ao espírito livre de Solar Power, no qual vemos Lorde se jogar em algo que evoca… felicidade?
Agora, temos Virgin, o disco mais introspectivo de Lorde até agora, ilustrado por uma imagem de raio-X infravermelha de sua pélvis — DIU incluído. Virgin é exatamente isso: um autoexame feito pela própria neozelandesa que percorre não só os últimos quatro anos, mas também sentimentos bem anteriores — aqueles que a moldaram na garota de 16 anos, já crescida, que hoje vive em Nova York.
Virgin foi composto entre 2023 e 2025 e tem produção de Jim-E Stack em todas as 11 faixas — entre elas os singles “Hammer”, que nos apresenta ao caos logo na abertura; “What Was That?”, na segunda posição; e “Man Of The Year”, na quarta.
“Shapeshifter” escancara as dualidades que existem em seu âmago, enquanto ela canta no refrão: “I’ve been the siren, been the saint / I’ve been the fruit that leaves a stain / I’ve been up on the pedestal / But tonight I just wanna fall.” “Favorite Daughter” é outro ponto alto, em que Lorde revisita traumas de infância que aborda de outro ângulo duas faixas depois, em “Clearblue” (sim, como o teste de gravidez).
Virgin fala sobre vivenciar todas essas emoções bagunçadas e incompreendidas — muitas das quais vêm à tona nas ruas de NYC: Canal Street, o clube Baby’s All Right e até na calçada da West Side Highway.
1. Hammer
2. What Was That
3. Shapeshifter
4. Man Of The Year
5. Favourite Daughter
6. Current Affairs
7. Clearblue
8. GRWM
9. Broken Glass
10. If She Could See Me Now
11. David
Ouça Virgin — já disponível em todas as plataformas.
















