Hypebeast Community Center: PrettyBallads
O designer Diego McElroy conta como transformou um hobby DIY em uma marca completa, revela a magia dos seus sistemas únicos de reciclagem de materiais e os impulsionadores por trás de sua emergente marca, PrettyBallads.
Hypebeast Community Center: PrettyBallads
O designer Diego McElroy conta como transformou um hobby DIY em uma marca completa, revela a magia dos seus sistemas únicos de reciclagem de materiais e os impulsionadores por trás de sua emergente marca, PrettyBallads.
Qual é o seu pitch?
PrettyBallads é uma grife, um coletivo de arte e uma gravadora tudo em um, nascida da necessidade de uma expressão mais honesta, emocional e inovadora. É um projeto baseado na circularidade, no surrealismo e no som. O que começou como um projeto caseiro em um quarto em Puerto Rico evoluiu para uma plataforma multidisciplinar — criando roupas, promovendo raves, desenvolvendo visuais e amplificando histórias que desafiam o ciclo tradicional da moda. PrettyBallads não é sobre seguir tendências; é sobre construir um mundo onde roupa, música e memória coexistem na mesma conversa. É para pessoas que querem se sentir poderosas e delicadas ao mesmo tempo e que desejam vestir algo que diga mais do que palavras.
As Cinco Perguntas
Quem está usando PrettyBallads?
A mãe descolada do seu amigo. Seu vizinho que você nunca vê. Músicos, artistas, designers, o DJ favorito do seu DJ favorito. Pessoas que se identificam com os códigos e sentimentos por trás do trabalho — aquelas que desejam expressar identidade, emoção e individualidade por meio do que vestem.
Qual a principal mensagem da PrettyBallads?
Que a moda pode ser emocional, transformadora e respeitosa com o planeta. Não acreditamos em perfeição — acreditamos na presença. Em aceitar as imperfeições, reaproveitar o que já existe e criar uma beleza que empodera em vez de explorar. É sobre criar coisas que parecem pessoais, que ressoam e que permitem às pessoas se enxergarem de forma diferente. Estamos construindo um ecossistema de criatividade que não depende de extração constante, mas sim de reinvenção, conexão e cuidado.
Quando você lançou a PrettyBallads?
Tudo começou no final de 2020, durante a pandemia de COVID. Eu estava em Puerto Rico, experimentando serigrafia e manipulação de roupas no meu quarto. Comecei a criar peças para músicos e criativos da cena local e logo percebi que queria me aprofundar. Isso me levou à Parsons, onde ampliei minhas habilidades técnicas e redefini minha filosofia de design. Desde então, a marca cresceu organicamente por meio de colaborações, comunidade e constante reinvenção. O lançamento oficial será neste verão, com ativações previstas em NYC, LA e Puerto Rico.
Onde as pessoas usam PrettyBallads?
Em uma rave suada no porão, em um encontro quente, numa inauguração de galeria, em uma reunião de negócios, num teste de som ou simplesmente em um momento sozinho. PrettyBallads é fluida. Ela se adapta a você, onde quer que esteja.
Por que a PrettyBallads foi criada?
Porque nada do que eu via ao meu redor parecia ser eu. Quando comecei a marca, não havia muitas vozes da moda alinhadas com a minha visão em Puerto Rico, então decidi criar a minha própria. Passei a produzir peças que eu queria ver no mundo, peças que carregassem significado, memória e presença. Com o tempo, essa visão se expandiu para algo muito maior: uma forma de trabalhar, colaborar e criar novos sistemas. PrettyBallads existe para fazer roupas que refletem as pessoas que somos, as histórias que carregamos e o mundo no qual queremos viver.
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Sobre a Marca
O que inspirou a criação da PrettyBallads?
PrettyBallads nasceu durante o confinamento. Eu tinha uma máquina de costura, um kit de serigrafia, um guarda-roupa cheio de roupas e tempo de sobra. A inspiração veio de estar preso em casa e decidir criar roupas que fossem empolgantes e refletissem o meu mundo. Comecei com peças DIY para amigos e artistas locais, e a energia se expandiu a partir daí. PrettyBallads foi a expressão do que eu não via no mercado.
Quando a moda virou paixão pra você — e, além disso, uma carreira planejada?
Tudo começou com curiosidade e com a análise das roupas do meu armário, desmontando-as para entender como eram feitas. Isso evoluiu para trabalhos com músicos como Álvaro Díaz, Miky Woodz, Matt Louis e Enyel C, só para citar alguns, e, eventualmente, para a criação de gráficos e merch para a turnê mundial de Rauw Alejandro. Depois disso, soube que queria me aprofundar, então me inscrevi na Parsons. Aprender design thinking e construção de roupas mudou completamente a forma como eu via a moda e o meu papel nela.
Como você define o estilo da PrettyBallads?
Roupas com personalidade. Muitos dos estilos têm raízes em referências conhecidas, mas depois algo é ajustado, reimaginado, impulsionado. Tenho muito interesse em peças com múltiplas funções — uma jaqueta que se transforma em uma barraca, um casaco que vira uma bolsa. Eu vejo as roupas como sistemas, não apenas como conjuntos. Tudo se resume à adaptabilidade e à interação com o mundo ao nosso redor.
O que faz a PrettyBallads se destacar entre as novas marcas de moda?
Priorizamos a reutilização de materiais. Mais de 80% de cada lançamento vem de fontes já existentes, como deadstock, overstock, resíduos de fábrica e roupas de segunda mão. Mas, além dos materiais, somos sobre comunidade. Estamos construindo algo maior: raves, exposições em galerias, pop-ups, e tomadas de bares e restaurantes. É um mundo, não apenas um produto. Acreditamos em criar roupas lindas e empoderadoras, garantindo que todos sintam que têm um lugar à mesa.
Muitos conhecem a PrettyBallads por seus sistemas únicos de reciclagem de materiais. Você pode me contar mais sobre como esse processo de design passou a representar a marca?
No início, todas as lojas de tecidos estavam fechadas, então recorri ao que tinha: roupas usadas, suprimentos do Walmart, qualquer coisa que eu pudesse encontrar. Isso moldou a forma como penso sobre os materiais até hoje. Mais tarde, em Parsons, fui apresentado ao modelo tradicional Take-Make-Waste, mas ele nunca pareceu totalmente adequado. Durante meu último ano, visitei um armazém de retalhos e vi toneladas literais de roupas descartadas. Esse momento mudou tudo. Atualmente, há roupas suficientes na Terra para vestir a humanidade pelos próximos 250 anos. Repensar o que são os materiais e criar novos sistemas para tornar a circularidade escalável e real se tornou um pilar do DNA da marca.
Quais estilos ou épocas te inspiram?
Meus pais, a moda dos anos 90/2000, música, vida noturna e o deslocamento entre NYC, Puerto Rico e California. Sou inspirado por esculturas, objetos, memórias e pelo mundo digital em que estamos imersos. Muitas referências são emocionais antes de se tornarem visuais.
Qual o maior desafio na criação da PrettyBallads?
Escalar uma marca baseada em materiais já existentes é um verdadeiro desafio de design. Você não está apenas criando roupas, está desenvolvendo um sistema inteiro para viabilizá-la. O abastecimento, as inconsistências, os danos — todas essas questões forçam uma nova forma de pensar. Produzir peças únicas é uma coisa, mas escalar esse tipo de prática é onde o trabalho se torna empolgante.
Quais os próximos passos da PrettyBallads?
Estamos lançando oficialmente neste verão com eventos em NYC, LA e Puerto Rico — pop-ups imersivos, eventos e muito mais. Também estamos trabalhando em colaborações empolgantes, expandindo para novos espaços de varejo e preparando o terreno para uma loja âncora da PrettyBallads. Em breve, você verá conteúdos mais aprofundados sobre como as peças são feitas — bastidores do processo, desde a obtenção dos materiais até a construção. Estamos, ainda, desenvolvendo um álbum musical colaborativo com todos os artistas e parceiros que ajudaram a moldar a marca ao longo dos anos, consolidando a PrettyBallads como um ecossistema completo onde moda, som e narrativa se encontram. E, claro, há mais projetos especiais em andamento, que por ora permanecem em sigilo… mas eles estão chegando.

















